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Notícia

Expectativa é por corte maior da Selic

Derrubando os juros para 9% ao ano, o BC estimularia as vendas, a produção e a arrecadação federal, adotando um jogo em que todo mundo ganha, segundo Alencar Burti, presidente da ACSP

Ao encerrar nesta quarta-feira (26/07), a sua reunião de número 208, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá anunciar mais uma redução da taxa de juro de referência da economia brasileira (Selic).

Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), espera que o Banco Central (BC) corte a taxa Selic em 1,25 ponto percentual (p.p.).

“O consenso do mercado é de corte de um ponto percentual, mas o desejável é que seja de 1,25 p.p, considerando que a inflação, no acumulado dos 12 meses, já está abaixo do limite inferior da meta, como mostrou a prévia do IPCA de julho."

Segundo Burti, a recuperação econômica está mais lenta do que se imaginava.

“Derrubando a Selic para 9% ao ano, o BC estimularia as vendas, a produção e a arrecadação federal, adotando um jogo cooperativo, em que todo mundo ganha. E há justificativas técnicas para isso”.

Para o presidente da ACSP, a inflação está caindo muito mais rapidamente do que os juros. E quanto mais isso acontece maiores ficam os juros reais, o que inibe o consumo e o financiamento no setor produtivo.

Ele comenta ainda que uma redução de um ponto não seria de todo ruim, pois o BC indicaria a intenção de prolongar o ciclo de quedas dos juros, estendendo os cortes para o início de 2018, sem interrupções.

“Pode ser também uma sinalização de que o órgão monetário está preocupado com o andamento da reforma previdenciária e com a capacidade do poder público de cortar gastos”.

A expectativa do economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi), Nicola Tingas, é que esse corte seja de 1 ponto percentual.

Dado que a previsão é a mesma esperada pela maioria esmagadora do mercado, Tingas avalia que a nota que se seguirá ao término da reunião será mais comedida - e que os olhos dos agentes deverão se fixar sobre a ata da reunião a ser divulgada na semana que vem.

"A questão fundamental será a ata porque a nota será um pouco mais comedida", reforçou.

De qualquer forma, disse, o mercado e a Acrefi já veem a Selic em 8% para o final do ano. "Para o fim do ano que vem estamos com projeção de 7,5%", disse o economista. "A dúvida do mercado é até onde o BC pode ir", completou.