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Com a evolução da tecnologia, contador precisa se reinventar
Ao pensar na figura do contador, muitos remetem à imagem de alguém rodeado de papéis, que se limita a fazer contas na calculadora e anotar tudo em livros pesadíssimos
Ao pensar na figura do contador, muitos remetem à imagem de alguém rodeado de papéis, que se limita a fazer contas na calculadora e anotar tudo em livros pesadíssimos. Na verdade, essa visão é considerada ultrapassada em virtude da nova Contabilidade, que se reinventa a cada dia para acompanhar a evolução do mercado e da tecnologia. As mudanças do Fisco, por exemplo, exigem uma nova postura do profissional contábil, cujo dia é comemorado nesta quinta-feira, 22.
“O contador de hoje deve ter um olhar diferenciado, atuar como gestor e auxiliar o cliente na tomada de decisões. Falar outros idiomas, dominar as tecnologias, ter visão estratégica e conhecimentos atualizados são elementos que destacam o novo perfil do profissional ideal, que sai de trás da mesa para estar junto ao cliente, analisando informações e levando soluções antecipadas”, aponta Rui Cadete, da Rui Cadete Consultores.
Essas características exigidas pelo mercado são absorvidas pelas faculdades, que precisaram reinventar as grades curriculares para formar profissionais de acordo com a realidade atual. A coordenadora da graduação em Ciências Contábeis da Estácio Alexandrino, Lyana Gurgel, exemplifica que a ementa do curso ganhou duas disciplinas para o aluno vivenciar em laboratório a prática do trabalho em um escritório de Contabilidade dentro das novas tecnologias e obrigações, aprendendo desde a abertura de uma empresa até a elaboração das demonstrações contábeis.
A professora ressalta os projetos de extensão como importantes ferramentas para proporcionar não apenas o domínio operacional, mas também o conhecimento de mundo necessário aos futuros profissionais. “A Contabilidade é extremamente burocrática, mas a relação com o cliente é muito importante. Portanto, buscamos através da extensão inserir os alunos no meio social e, dessa forma, ensiná-los a tornarem-se gestores com visão ampla, cientes das especificidades de cada contribuinte ou empresa”, explica.
Diferentes gerações
O jovem Daniel Carvalho é um exemplo da nova geração de profissionais conectados e com visão estratégica que alavanca o crescimento profissional. Como resultado, o contador de 30 anos e graduado há sete alcançou o cargo de diretor e sócio da Rui Cadete Consultores, onde ingressou como iniciante em 2005. Sobre a rápida ascensão, ele atribui ao olhar atento às oportunidades. “Sempre aproveito as chances de aprender para me tornar um contador cada vez mais capacitado. Além disso, busco me dedicar ao máximo e priorizo o meu autodesenvolvimento”, avalia.
Se Daniel Carvalho já formou desde a graduação o perfil exigido atualmente, Antônio Neto precisou se adaptar às mudanças tecnológicas que afetaram a prática da Contabilidade. Primeiro colaborador da mesma empresa, ele ingressou em 1991, quando tudo ainda era realizado manualmente. “Corri atrás dos conhecimentos necessários e consegui mudar meu trabalho para o computador. Isso foi essencial para minha permanência na empresa até hoje”, declara.
História e números
A contabilidade é uma profissão de tempos remotos. Vestígios encontrados na Mesopotâmia apontam que os povos da região já tinham um método de organização de seus patrimônios. No Brasil, a regulamentação da profissão aconteceu em 25 de abril de 1926, marcado como o Dia da Contabilidade. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), atualmente existem no Brasil mais de 500 mil contadores e técnicos registrados nos CRCs e 55 mil organizações contábeis ativas.
Somente no Rio Grande do Norte são 6.367 profissionais e 614 escritórios individuais ativos. Para exercer a profissão, os bacharéis em Ciências Contábeis e os técnicos em contabilidade devem se submeter ao Exame de Suficiência, instituído em setembro de 2010, pela Lei n.º 12249/10. Aprovado no Exame, o futuro profissional obtém o registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).