Notícia
Desemprego menor faz inadimplência cair 13%
Outro fator preponderante para a queda da inadimplência foi a retomada dos empréstimos e financiamentos.
Deco Bancillon
Mesmo diante da crise que levou economias de todo o mundo à bancarrota, o consumidor brasileiro tem honrado mais seus compromissos financeiros. No oitavo mês do ano, a inadimplência medida no varejo recuou 13,16% na comparação com julho, e 1,38% no confronto com agosto de 2008. O avanço nas duas comparações indica fortalecimento do consumo nacional, que sustentou o crescimento econômico nos últimos meses.
“E a tendência é que tenhamos números ainda mais positivos daqui em diante, uma vez que o primeiro semestre é tradicionalmente um período em que há mais inadimplência, devido aos compromissos com as compras de Natal e ano-novo e tributos que vencem nos primeiros meses do ano”, detalhou o presidente da SPC Brasil, Roberto Alfeu Pena.
A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) também participou da elaboração do estudo divulgado ontem, que avaliou que o recuo da inadimplência em agosto se deveu, sobretudo, ao arrefecimento do desemprego, ao aumento da massa salarial de rendimentos e ao impacto da primeira parcela do 13º salário, que, assim como a restituição do Imposto de Renda, colocaram mais dinheiro em curso na economia.
Outro fator preponderante para a queda da inadimplência foi a retomada dos empréstimos e financiamentos. “O crédito total no sistema financeiro correspondia, em 2008, a 36,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Em junho de 2009, temos 46% em relação ao PIB”, informou Alfeu. Sob a mesma perspectiva, explicou, o cenário macroeconômico mais saudável permitiu que o brasileiro passasse a se tornar mais ativo no consumo.
Isso pode ser medido, por exemplo, no indicador de consultas ao sistema SPC, que informa se o consumidor está inscrito ou não no cadastro nacional de maus pagadores. Em agosto, as consultas para compras a prazo e pagamentos em cheques aumentaram 2,59% ante igual período do ano passado. Frente a julho de 2009, porém, o indicador mostrou recuo de 4,26%, na comparação sem ajuste sazonal (que exclui os fatores históricos de um período).
O número
2,59%
Percentual de aumento em agosto das consultas para compras a prazo e pagamentos com cheques