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Primeiros balanços do ano marcam início da retomada
O arrefecimento da crise financeira internacional dá sinais mais claros com as divulgações dos resultados financeiros das companhias brasileiras no primeiro trimestre do ano, comparados ao último trimestre do ano passado.
O arrefecimento da crise financeira internacional dá sinais mais claros com as divulgações dos resultados financeiros das companhias brasileiras no primeiro trimestre do ano, comparados ao último trimestre do ano passado.
O lucro líquido da Weg, por exemplo, saltou de R$ 97,6 milhões, no último trimestre de 2008, para R$ 122,1 milhões, no trimestre que inicia 2009, crescimento de 25,1% no comparativo. Outra empresa a apresentar melhora foi a Net Serviços, que saiu de um prejuízo de R$ 91 milhões, no quarto trimestre do ano passado, para um lucro líquido de R$ 82 milhões, no 1º trimestre do ano.
Para Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, as empresas brasileiras vão apresentar uma melhora em seus resultados, com destaque para alguns setores. "A recuperação deve começar com os balanços principalmente de companhias do setor de varejo, além do setor de construção civil, que já apresenta um aquecimento com o pacote habitacional", afirma o professor.
O Índice de Consumo (ICON), da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não-cíclico, apresenta valorização de 24,19% no ano, acima do Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, que tem elevação de 15,39%.
Outro setor lembrado por Alcides é o de construção civil, que apresenta, através de seu indicador na Bolsa, o IMOB, que mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores da atividade imobiliária compreendidos por construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis. Este indicador apresenta expressiva valorização de 52,94% no ano.
Clodoir Vieira, analista-chefe da Souza Barros Corretora, também concorda com que as companhias brasileiras deverão apresentar uma melhor evolução em seus resultados financeiros do primeiro trimestre do ano, porém ele cita outros setores como de maior crescimento.
"Acredito que o destaque deve vir por conta dos setores de telecomunicações e de energia elétrica, que são dois setores que têm demanda do mercado", explica Clodoir. No pregão da última terça feira, as ações de companhias de energia elétrica lideraram, com a maior alta do dia. A Copel teve em suas ações preferenciais Classe B a maior alta do pregão, com elevação de 6,25%. Já no pregão de ontem, as ações de companhias do setor de construção civil apresentaram a maior alta do dia. As maiores altas ficaram por conta de Gafisa ON (13,62%), Cyrela Realty (10,42%) e Rossi Residencial ON, com alta de 9,20%.
Vale lembrar que o setor de construção civil foi o que mais sofreu com a crise financeira, uma vez que a maior parte das empresas realizou sua oferta de ações em 2006 e 2007, com o que grande parte de seus papéis estava nas mãos de investidores estrangeiros, que logo os venderam com a chegada da crise. O setor ainda é uma grande aposta de forte consolidação, com aquisições ou cisões das companhias.
O índice que mede o desempenho das ações de empresas do setor de energia elétrica, o IEE, apresenta valorização de 24,53% no ano, e o índice que mede as ações do setor de telecomunicações, o ITEL, vem em um momento de maior cautela, mas também com crescimento (15,78%).
Por ser um setor considerado defensivo na Bolsa, o ITEL foi o índice que menos caiu no momento da crise financeira, mas também foi o que menos subiu na hora da euforia do mercado, como, por exemplo, quando o Brasil recebeu o Investment Grade, pelo que é considerado defensivo.
Alcides Leite destaca também o setor financeiro, por ter sido o que menos sofreu no mundo. "Claro que o setor financeiro não vai apresentar números melhores que os já apresentados no período antes da crise, mas vai continuar bem", diz o professor.
Bolsa de Valores
A Bovespa encerrou esta quarta-feira com forte alta de 3,07%, aos 47.226 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5 bilhões, com 322.702 contratos negociados.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as ON da Gafisa apresentaram a maior alta (13,62%) e a maior queda ficou com as PNB da Aracruz (-5,59%).